10/12 dia da declaração de direitos Humanos

10/12 dia da declaração de direitos Humanos
os diteitos que temos. São os que queremos?

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Poemas de Hayam Chandra

Ainara

olhar de noite estrelada
Tornou-se tempestade
A gota caída do olho direito
Ficou sem companhia para prosear

olhos cheios d’água
E a gota solitária na face da menina
O olhar tornou-se rio
Arteiro de brincadeiras, pronto a ninar.

Em breve o rio secou-se
As estrelas tinham a energia dos holofotes
A gota ainda presente na face secava-se

De repente entrou em cena
Um sorriso de leite acompanhado por
Um piscar de borboletas amarelas

Hayam Chandra


Meus passos soltos
Esperam os teus
Para se encaixarem
Num compasso intimo
No salão da noite
Ao som do luar
Espiando o jazz a beira mar
Hayam Chandra

Menina tua energia toca clarins na lua
E me tomas o coração, pura energia
Está noite dormirei tranquila
Meus lábios soltos de menina
Afogam-se no frescor da lua
Com olhos cansados
Cubro-me com teu luar
adormeço feliz
No ápice do sono
Momento fugaz
Do gozo da menina
Tudo é lua
Energia da lua

Hayam Chandra e Jiddu Saldanha

O ritmo entoou meu corpo
Meu tinlintar de cabocla
Sangue forte tucuju
Marabaixo me chama para teu
Ritmo de negro fervente
Cantar minha cultura
No som da caixa
Com pés desnudos
No quilombo
O ritmo arrancou meu coração
Não há como parar
Se o tocador parar
O ritmo para meu coração

Hayam Chandra

As margens do igarapé
a lua aparece
Protagonista da noite
Bailando com as nuvens
Numa canção de vento
Ao embalo de teu canto
Encantando o moço
Que passa por ali
As margens da paixão

Hayam Chandra

meu lar se enxerga em noites
ao dia ele se esconde
tímido e desprotegido
há noites que não o vejo
pos se cobre com o manto da noite
tornando-se invisível
para minha lente terrestre
às vezes deixa escapar
as pontas dos pés
outras o olhar
em momento de gozo
Permite-me admirar
sua beleza e simplicidade geométrica
o que mais me impressiona
não é o fato de meu lar
ser um astro
mas sim
sua pura energia
que me faz sentir
imortal.

Hayam Chandra

Ao som de Marly
Liquido de coisa morna
Escorre entre as pernas da negra
Sorriso e lagrimas
Acompanham a chegada
O rio festeja teu nascer
Quebrando no cais
Batizando os que por ali passam
Trazendo não só a vida mais
O frescor da lua e o
Aconchego do ar
Para que possas ninar
Em tua rede de cabocla Macapaba
as margens de teu Amazonas
(Hayam Chandra)


O ismo constrói-se...
Um ser não nasce com o ismo
Torna-se
O medo do novo
É uma de suas causas
Esta que nos inferioriza
Ao intimo do eu
As múltiplas faces
Em traços distintos
Raças que se contrapõe
Na convivência irreal
Do sistema
Construído equivocadamente
Pelos ditos brancos
Estes que pisam em
Índios
Negros
Pardos
...
raças estas citadas
como fracas
onde sua sina é a
fome, pobreza
uma guerra continua
em busca da sobrevivência
o ismos é uma doença mental
conhecida popularmente
racismos, ...
diagnosticada por tratamento de choque
por simulações de cenas do
desprezo humano.

Hayam Chandra


luz de menina

Vivendo o novo de tua vida

Descobrindo não só a cria

Mais também a arte

Horas recita bons tons

Outras meus ouvidos se fecham

Para as musicas que enrola

em tua pequenina boca

teu momento de descoberta

Recordam-me, a infância

e me remete as coisas

insanas das criaturas

levadas

ao revirar o guarda roupa de mãe

vejo o futuro de artista que tens em tua veia

de menina estrelinha amo-te minha pequena.

Hayam Chandra

Entre outras tantas

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